Elas Querem Sempre Pila
palavra chave: gin
terça-feira, 29 de julho de 2014
freckled sweety
foi em silêncio que te perscrutei.
sem condescendências, sem filtros,
que te lia, admirava.
ao saber-te determinada, bonita,
a minha boca de constante amuo conheceu o sorriso.
eu preso,
mostrando a medo o que sentia.
não hesitava, respirava!
tiraste-me o fôlego.
assustei-me comigo.
fugi.
depois, o que era tímido e envergonhado,
tornou-se urgência de grito,
de anúncio ao mundo todo.
e o céu fechou-se.
era tarde.
os teus olhos,
ainda hoje me decifram.
são justos e duros,
os mesmos meigos e disponíveis,
que quero apaziguar.
porque gosto muito de ti.
terça-feira, 3 de setembro de 2013
noites sem luar
o meu amor era tamanho.
debatia-se, fugindo a todo o controlo.
era espasmo, pirueta, gargalhada com vontade.
um mar agitado até se cansar.
quando calado, terno e maternal.
preso de olhar, fixo e convencido
que tudo tem que acabar.
sexta-feira, 7 de junho de 2013
on the waterfront
fixamo-nos. lançamos âncora na acalmia.
o desejo é não partir, é reverter o pôr-do-sol...
...até nos cansarmos de tudo.
alguém avisou que o Homem não é um animal racional, mas um animal que racionaliza.
isto porque apesar de empurrados pelo instinto, pela vontade e forte desejo de correspondência,
somos levados a travar ou a virar a página a estórias promissoras.
à aventura de contornos épicos no alto mar, segue-se a recolha
ao rotineiro porto de abrigo. a famosa opção segura.
a finitude persegue-nos. cunhamos provisório, temporário em tudo.
feridos de ansiedade, rumamos a outras paragens.
sem parar.
segunda-feira, 20 de maio de 2013
saber tanto e tão pouco
And each day I'm sealed to the fate that I know
I'm gonna be struck before we reach the gate
I'm jostled and bumped and may be slow
but I'm terrified of your violently pretty face
close lobsters (1988)
quarta-feira, 15 de maio de 2013
caldo
conto-te que debaixo de água me encontro a mim.
pouco mais há se não abro os olhos, se sustenho a respiração e se me é ininteligível o que apanho com o ouvido.
estes instantes são dourados. é o meu conforto.
e sem distracções, discorre a vida em quadros apressados até acabar-se o ar.
volto a terra.
os loucos não descansam. não param para pensar.
sexta-feira, 10 de maio de 2013
surrender
magnetismo;
lei da atracção universal dos corpos;
invoquem-se todos os princípios e fundamentos para clarificar o que ali se passou, não me vão satisfazer.
numa sala sobrepopulada estão colocados em pontos extremos.
um simples relampejar de olhos lança-os um de encontro ao outro,
abrindo caminho a custo pela vegetação densa. dir-se-ía enraizada no chão de cimento.
não se eram completamente estranhos.
nunca se haviam tocado e, de repente, caem na reciprocidade de braços.
perscrutam-se as bocas numa fome de anteontem.
a indefinição foge ao compartimento. é imortal.
quinta-feira, 2 de maio de 2013
day by day
tomamos como garantido, determinamos certezas,
sustentamos o nosso agir no prolongamento dos melhores dias que tivemos.
não durarão para sempre.
a paciente erupção pedra a pedra do nosso edifício não se faz sem sustos.
serve isto para lembrar a dependência.
amem e não serão esquecidos.
no picture this time
sustentamos o nosso agir no prolongamento dos melhores dias que tivemos.
não durarão para sempre.
a paciente erupção pedra a pedra do nosso edifício não se faz sem sustos.
serve isto para lembrar a dependência.
amem e não serão esquecidos.
no picture this time
terça-feira, 23 de abril de 2013
segunda-feira, 22 de abril de 2013
controle-se freak
não tenho nenhum superpoder.
é certo que, a espaços de inspiração doseada, me excedo.
torno-me mais e melhor sem para isso recorrer ao ilícito.
funciono assim. não censuro a diferença, mas poder ligar e desligar a consciência sossega-me.
à viagem de ida junto um possível regresso e, poder entretanto demorar-me o tempo que quiser.
este funâmbulo não tem rede, terá nove estatelanços.
domingo, 21 de abril de 2013
quarta-feira, 17 de abril de 2013
segunda-feira, 15 de abril de 2013
apneia
por mais que queiramos contrariar a experiência repetida, eis que a serpente volta a morder a sua cauda.
basta pensar na sucessão dos dias (e alguns de nós aguentam a noite até à escassez de pigmento):
volta sempre a luz.
um ritual, no meu entender, deve ser evitado. porque é escravo da regra.
sabemos bem o que significa excepcional.
se a um relógio não damos importância (dêem lá as voltas os ponteiros, nós damos as nossas),
já num espelho demoramos o olhar. quem é aquela figura que muda tanto?
não nos reconhecemos. nunca.
vou acorrer a todos os alarmes, levar a sério quem se encosta ao meu ouvido.
vou amordaçar a rotina e depositá-la no fundo do mar.
domingo, 14 de abril de 2013
sexta-feira, 12 de abril de 2013
quarta-feira, 10 de abril de 2013
temo mau tempo
e o céu, como se lá em cima nos estivessem a cozinhar em lume brando com uma colher a muitas revoluções por minuto, escurece.
fecha-se.
reúne espirais de nuvens. descarrega relâmpagos, sopra vendavais.
escrevo agora debaixo de chuva, pára-raios do meu coração.
não se procurem razões para tumultos.
a resposta é invariavelmente a mesma, uma mulher.
terça-feira, 9 de abril de 2013
E os Peixes?
Deus diz na biblia que extinguiu todos os animais da face da terra com o diluvio.
O que é que os peixes fizeram de melhor que o pobre gato?
De notar, que neste meu raciocínio, estou a par de que os peixes não se afogam com a água...
Não teria sido mais fácil que deus tivesse feito outro tipo de intervenção divina, do tipo, esticava o dedo e apontava-o para cada um dos animais no planeta e dizia:
- Tu ficas...
- Tu não...
- Tu ficas...
- Tu não...
Era mais fácil e simples de explicar a um ser racional contemporâneo. Não?
Sou no entanto confrontado com uma oferta histórica: presumivelmente quem escreveu sobre o diluvio no livro do Genesis, que é o mesmo que se esqueceu de incluir na arca de noé os pobres Kangurus e Koalas (só porque não tinha conhecido a Australia), também se esqueceu dos peixes... Ou melhor, ainda não tinha tido a oportunidade de ir à praia e perceber que o mundo não era apenas um deserto sem fim.
Moral da história:
Quero sushi para o jantar.
"Assim foram exterminadas todas as criaturas que havia sobre a face da Terra, tanto o homem como o gado, o réptil, e as aves do céu; todos foram exterminados da terra; ficou somente Noé, e os que com ele estavam na arca."E os Peixes? Os peixes não foram pecadores e salvaram-se?
O que é que os peixes fizeram de melhor que o pobre gato?
De notar, que neste meu raciocínio, estou a par de que os peixes não se afogam com a água...
Não teria sido mais fácil que deus tivesse feito outro tipo de intervenção divina, do tipo, esticava o dedo e apontava-o para cada um dos animais no planeta e dizia:
- Tu ficas...
- Tu não...
- Tu ficas...
- Tu não...
Era mais fácil e simples de explicar a um ser racional contemporâneo. Não?
Sou no entanto confrontado com uma oferta histórica: presumivelmente quem escreveu sobre o diluvio no livro do Genesis, que é o mesmo que se esqueceu de incluir na arca de noé os pobres Kangurus e Koalas (só porque não tinha conhecido a Australia), também se esqueceu dos peixes... Ou melhor, ainda não tinha tido a oportunidade de ir à praia e perceber que o mundo não era apenas um deserto sem fim.
Moral da história:
Quero sushi para o jantar.
segunda-feira, 8 de abril de 2013
empirismo
escrevo sem me conseguir lembrar dessa conclusão.
um resultado é um resultado, ainda que veja o dia fruto de um redemoinho turvo de ideias.
quem a terá proferido de fugida, como quem volta as costas e atira uma ferradura por cima do ombro
ou coloca uma pedra em cima do assunto?
é assim? é isto?
apurem-se responsabilidades.
admiro instigadores.
é como o passo dado de olhos fechados. firmeza.
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