foi em silêncio que te perscrutei.
sem condescendências, sem filtros,
que te lia, admirava.
ao saber-te determinada, bonita,
a minha boca de constante amuo conheceu o sorriso.
eu preso,
mostrando a medo o que sentia.
não hesitava, respirava!
tiraste-me o fôlego.
assustei-me comigo.
fugi.
depois, o que era tímido e envergonhado,
tornou-se urgência de grito,
de anúncio ao mundo todo.
e o céu fechou-se.
era tarde.
os teus olhos,
ainda hoje me decifram.
são justos e duros,
os mesmos meigos e disponíveis,
que quero apaziguar.
porque gosto muito de ti.